Um produto ideológico faz parte de uma realidade (natural ou social ) como todo o corpo físico, instrumento de produção ou produto de consumo; mas, ao contrário destes, ele também reflete e retrata uma realidade, que lhe é exterior. Tudo o que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo o que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia
(Mikhail Bakhtin, Marxismo e Filosofia de Linguagem)
Alguns comentários sobre o meio e a mensagem na internet.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Inteligência artificial vence ser humano em combate simulado com piloto de caça



Um sistema de pilotagem de caças criado por inteligência artificial derrotou dois jatos em uma simulação de combate.


O piloto, batizado de Alpha, usou quatro jatos virtuais para defender uma área de litoral dos dois caças - e não sofreu perdas.

Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, o sistema também venceu um piloto aposentado de caças da Força Aérea Americana - logo, bastante experiente.

Na simulação descrita no estudo, os dois jatos que atacavam o litoral - chamada de equipe azul - tinham um sistema de armas mais poderoso que os jatos usados pelo Alpha, chamados de equipe vermelha.


Mas o sistema criado por inteligência artificial conseguiu se livrar dos inimigos depois de realizar uma série de manobras evasivas.

Um especialista em aviação afirmou que os resultados são promissores.
'Adversário letal'

Na pesquisa, os cientistas da Universidade de Cincinnati e a companhia especializada em tecnologia Psibernetix chamam o sistema Alpha de um "adversário letal".

Descrevendo as simulações de combate entre o sistema de inteligência artificial e o piloto aposentado Gene Lee, os pesquisadores escreveram que o americano "não apenas não conseguiu uma morte contra (o Alpha), mas também foi derrubado pelos vermelhos todas as vezes nos combates prolongados".

O Alpha usa uma forma de inteligência artificial baseada no conceito de lógica difusa (ou "fuzzy"), na qual um computador analisa uma série ampla de opções antes de tomar a decisão.

Devido ao fato de um caça virtual produzir uma quantidade grande de dados para serem interpretados, nem sempre fica óbvio quais as manobras são mais vantajosas e, um combate ou mesmo em que momento uma arma deve ser disparada.





Sistemas que usam a lógica difusa podem analisar a importância desses dados individuais antes de tomar uma decisão mais ampla.

O grande feito atingido pelos pesquisadores americanos com o sistema Alpha foi a capacidade de tomar essas decisões em tempo real e com a eficiência de um computador.

"Aqui você tem um sistema de inteligência artificial que parece ser capaz de lidar com o ambiente exclusivamente aéreo, é extraordinariamente dinâmico, tem um número extraordinário de parâmetros e, na teoria, consegue enfrentar muito bem um piloto de combate qualificado, capaz e experiente", disse Doug Barrie, analista aeroespacial militar da consultoria IISS.

"É como um campeão de xadrez perdendo para um computador", acrescentou.

Ética - 

Apesar do entusiasmo, Barrie lembrou à BBC que pode não ser tão fácil ou apropriado tentar usar o Alpha em ambientes de combate na vida real.

A analista afirmou que se o sistema for usado de verdade e decidir atacar um alvo não militar, por exemplo, os resultados poderão ser terríveis.

"A indignação do público seria imensa."

Barrie acrescentou, porém, que o Alpha tem potencial para se tornar uma ferramenta de simulação de combate ou para ajudar a desenvolver sistemas melhores para uso dos pilotos humanos.



quinta-feira, 2 de junho de 2016

O Fim das Abelhas - Crônica de Uma Morte Anunciada

As vendas de fungicidas cresceram mais de 30% e as vendas de inseticidas
 também cresceram significativamente no Brasil durante o primeiro trimestre de 2013. 
Divulgou a suíça Syngenta, uma das maiores empresas de agroquímicos
 e sementes do mundo. Crédito: Ben Margot/AP

Como já é sabido, a misteriosa mortandade de abelhas que polinizam US $ 30 bilhões em cultura só nos EUA dizimou a população de Apis mellifera na América do Norte, e apenas um inverno ruim poderá deixar os campos improdutíveis. Agora, um novo estudo identificou algumas das prováveis causas ​​da morte das abelhas, e os resultados bastante assustadores mostram que evitar o Armagedom das abelhas será muito mais difícil do que se pensava anteriormente.

Os cientistas tinham dificuldade em encontrar o gatilho para a chamada Colony Collapse Disorder (CCD), (Desordem do Colapso das Colônias, em inglês), que dizimou cerca de 10 milhões de colmeias, no valor de US $ 2 bilhões, nos últimos seis anos. Os suspeitos incluem agrotóxicos, parasitas transmissores de doenças e má nutrição. Mas, em um estudo inédito publicado este mês na revista PLoS ONE, os cientistas da Universidade de Maryland e do Departamento de Agricultura dos EUA identificaram um caldeirão de pesticidas e fungicidas contaminando o pólen recolhido pelas abelhas para alimentarem suas colmeias. Os resultados abrem novos caminhos para sabermos porque um grande número de abelhas está morrendo e a causa específica da DCC, que mata a colmeia inteira simultaneamente.

Quando os pesquisadores coletaram pólen de colmeias que fazem a polinização de cranberry, melancia e outras culturas, e alimentaram abelhas saudáveis, essas abelhas mostraram um declínio significativo na capacidade de resistir à infecção por um parasita chamado Nosema ceranae. O parasita tem sido relacionado a Desordem do Colapso das Colônias (DCC), embora os cientistas sejam cautelosos ao salientar que as conclusões não vinculam diretamente os pesticidas a DCC. O pólen foi contaminado, em média, por nove pesticidas e fungicidas diferentes, contudo os cientistas já descobriram 21 agrotóxicos em uma única amostra. Sendo oito deles associados ao maior risco de infecção pelo parasita.

O mais preocupante, as abelhas que comem pólen contaminado com fungicidas tiveram três vezes mais chances de serem infectadas pelo parasita. Amplamente utilizados, pensávamos que os fungicidas fossem inofensivos para as abelhas, já que são concebidos para matar fungos, não insetos, em culturas como a de maçã.

"Há evidências crescentes de que os fungicidas podem estar afetando as abelhas diretamente e eu acho que fica evidente a necessidade de reavaliarmos a forma como rotulamos esses produtos químicos agrícolas", disse Dennis vanEngelsdorp, autor principal do estudo.

Os rótulos dos agrotóxicos alertam os agricultores para não pulverizarem quando existem abelhas polinizadoras na vizinhança, mas essas precauções não são aplicadas aos fungicidas.

As populações de abelhas estão tão baixas que os EUA agora tem 60% das colônias sobreviventes do país apenas para polinizar uma cultura de amêndoas na Califórnia. E isso não é um problema apenas da costa oeste americana - a Califórnia fornece 80% das amêndoas do mundo, um mercado de US $ 4 bilhões.

Nos últimos anos, uma classe de substâncias químicas chamadas neonicotinóides tem sido associada à morte de abelhas e em abril os órgãos reguladores proibiram o uso do inseticida por dois anos na Europa, onde as populações de abelhas também despencaram. Mas Dennis vanEngelsdorp, um cientista assistente de pesquisa na Universidade de Maryland, diz que o novo estudo mostra que a interação de vários agrotóxicos está afetando a saúde das abelhas.

"A questão dos agrotóxicos em si é muito mais complexa do acreditávamos ser", diz ele. "É muito mais complicado do que apenas um produto, significando naturalmente que a solução não está em apenas proibir uma classe de produtos."

O estudo descobriu outra complicação nos esforços para salvar as abelhas: as abelhas norte-americanas, que são descendentes de abelhas europeias, não trazem para casa o pólen das culturas nativas norte-americanas, mas coletam de ervas daninhas e flores silvestres próximas. O pólen dessas plantas, no entanto, também estava contaminado com pesticidas, mesmo não sendo alvo de pulverização.

"Não está claro se os pesticidas estão se dispersando sobre essas plantas, mas precisamos ter um novo olhar sobre as práticas de pulverização agrícola", diz vanEngelsdorp.

A Rússia recusa-se a morder a isca, mas Washington já decidiu ir à Guerra.

31/5/2016, Peter Lavelle* (para The Duran), in The Vineyard of the Saker




5 razões pelas quais Washington já decidiu ir à guerra contra a Rússia:

Parece até que já está escrito no muro – Washington e seu sindicato de estenógrafos (mais conhecido como "mídia-empresa ocidental dominante") estão ligados e estrategicamente posicionados. O Partido da Guerra tem ascendência e a janela de oportunidade está escancarada, embora se vá fechando devagar. O desejo longamente acalentado de domar a Rússia está agora no estágio final. 

O "Excepcionalismo Norte-americano" tem de submeter toda e qualquer ameaça, real ou imaginada. Importante, ameaças fantasmas geradas intencionalmente recebem máxima atenção e máximo espaço na mídia. A Rússia está nessa categoria. As razões são patentemente óbvias:

A Rússia recusa-se a morder a isca. Desde o conflito apoiado à distância na Ossetia do Sul em 2008, à mudança forçada de regime em Kiev em 2014, e à defesa da soberania da Síria em sua luta contra terroristas apoiados pelo ocidente, a Rússia não cedeu um palmo de terreno e defendeu-se contra todas as maquinações inspiradas pelo ocidente. Naqueles três casos, fracassou a tentativa de Washington de arrastar Moscou para o confronto. De fato, o ocidente foi o lado perdedor em cada uma dessas manobras de política exterior: as três manobras acabaram em fiasco.

Resultado: deve-se esperar que Washington suba a aposta – confronto direto com a Rússia mediante os lacaios dos norte-americanos reunidos na OTAN.

As sanções do ocidente contra a Rússia também falharam: sanções que o ocidente impôs para tentar controlar o "comportamento" russo tiveram o impacto oposto. Passo-a-passo – sem espalhafato – a Rússia liquidou 30% de sua dívida externa em apenas dois anos. A substituição de importações continuou a passos largos, deixando estagnados vários mercados europeus, sem que se veja alívio à vista, ou em pouco tempo. Claro que as sanções contra o setor bancário geraram muita dor. Mas também tiveram seu lado bom: as empresas russas estão em pleno processo de se retirarem dos setores financeiros ocidentais mais tóxicos. Quando a próxima bolha estourar, a Rússia estará a salvo de grande parte do dano que os EUA exportarão para todo o sistema financeiro global.



Resultado: Deve-se esperar mais e mais circos falsificados inspirados por mídia-empresas tipo os "Panama Papers", tentando desacreditar finanças e empresas russas.

Ninguém que humilhe o Império se safará sem castigo: Washington e aliados não têm o hábito de receber um "não" como resposta, e não reagir. A ferro e fogo, o "Consenso de Washington" praticamente sempre consegue o que quer, à sua maneira. Quando há voz discordante, mobilizam-se vastos recursos para dobrá-la e silenciar e destruir a contestação. E a Rússia é a quintessência em matéria de Potência Contestatária no mundo Washington-cêntrico. 

A Rússia já muitas vezes defendeu-se e se defenderá contra a aliança da OTAN que rasteja para perto de suas fronteiras; responderá adequadamente ao sistema de mísseis de defesa plantado para atacar suas capacidades nucleares (que existem para conter Washington e seus aliados da OTAN), defenderá a própria soberania e a soberania de outros países (como da Síria, se Moscou tiver os recursos); exigirá tratamento igualitário nos mercados mundiais de energia, e não se fará de cega ante o vício pervertido de Washington para forçar mudanças ilegais de regime em todo o mundo.

Resultado: Devemos esperar que o ocidente invente uma crise num dos Estados do Báltico. Apesar de muitos russos étnicos enfrentarem discriminação e miséria naqueles estados, muito russos vivem ali, sim, vida estável. Há zero prova de que desejem que aquela sua vida mude. Mas que ninguém jamais subestime a capacidade de Washington para gerar medo, terror, pânico!



Aqueles malditos russos recusam-se a deixarem-se isolar! Repete-se e repete-se incansavelmente que a Rússia estaria internacionalmente isolada. Mas ninguém vê o tal isolamento, se não por ter deixado de ser convidada para reuniões do G8. Mas ter sido excluída desse grupo foi, para a Rússia, uma bênção! Agora lá estão os G7 países que mais mal fazem ao mundo e mais sofrimentos geram para toda a humanidade. 

Por falar nisso, quantas vezes o ministro Lavrov das Relações Exteriores da Rússia visita Washington? Interessante! Porque a impressão que se tem é que o secretário de Estado dos EUA mora no avião que, praticamente todas as semanas, o leva a Moscou para reuniões com Lavrov e/ou Putin. 

Incontáveis vezes Moscou já propôs sua solução para a questão síria. É Washington que não tem estômago para enfrentar a derrota naquela luta (por mais que a derrota na Síria esteja ali, na cara de Washington, olho no olho, há anos). Historiadores futuros escreverão livros sobre como o "Consenso de Washington" se autoisolou, ilhado, num mundo que passava por transições incríveis.

Resultado: Washington continuará na sua abordagem de "quanto pior, melhor" para a Síria e o Oriente Médio, e sempre culpando a Rússia. Mas não foi a Rússia quem destruiu o Oriente Médio e desencadeou vastíssima crise de emigrados/refugiados. A Europa continuará a pagar alto preço por intrometer-se, intromissão cruel e sem sentido. De quem é a culpa? Da Rússia, claro.

Autoritarismo de Putin, ou Putin celebridade global inventada pelo 'ocidente', como se fosse cantor de rock? O fato simples é que não há nenhuma oposição nem política, nem social, nem de movimentos de base, interessada em iniciar levante popular para derrubar algum odiado "regime Putin". A suposta oposição rebelde contra o establishment político atual é pura fantasia da mídia-empresa ocidental. Putin é muitíssimo popular e respeitado, embora, claro, haja os que falam abertamente contra o presidente russo. Normal. O que haveria de extraordinário nisso? Fato é que Washington & Co. ajudaram muito a fazer subir a aprovação a Putin, nas pesquisas de opinião. 

Depois de dois anos de dura recessão na Rússia, não se vê sinal algum de que Putin seja objeto de críticas, ou de que seja considerado culpado pelas dificuldades. O fato de não se ter rendido ao ocidente lançou a patamares estratosféricos a avaliação do presidente, pelo povo russo. Ainda mais importante, para a maioria dos russos, o país voltou ao cenário mundial como potência orgulhosa que defende seus próprios interesses e a lei internacional. O crédito vai para Putin.

Resultado: Depois que o ocidente chama alguém de Hitler, não há como voltar atrás. A demonização continuará. Os resultados dessa política, já se sabe, são perigosos e contraproducentes.*****



* Peter Lavelle é apresentador do programa "CrossTalk", de debate político, na rede RT.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Memorial Day - Como os EUA pretendem seu assalto final ao mundo.


A Imprudência Norte Americana e as perspectivas de uma Terceira Guerra Mundial


28.05.2016 - Paul Craig Roberts*, paulcraigroberts.org


Traduzido por Tanya & Eugene

"Enquanto nossas guerras passadas são glorificadas neste final de semana do Memorial Day, reflitam um pouco sobre nossas perspectivas contra os russos e chineses em uma Terceira Guerra Mundial"




O Saker relata que a Rússia está se preparando para a Terceira Guerra Mundial, não porque a Rússia pretenda iniciar a agressão, mas porque a Rússia está alarmada com a soberba e a arrogância do Ocidente, pela demonização da Rússia, por ações militares provocatórias pelo Ocidente, por interferência americana na província russa da Chechênia e nas antigas províncias russas da Ucrânia e da Geórgia, e pela ausência de qualquer restrição da Europa Ocidental sobre a capacidade de Washington de fomentar a guerra.

Como Steven Starr, Stephen Cohen, eu mesmo, e um pequeno número de outros analistas, o Saker entende a irresponsabilidade imprudente de persuadir a Rússia de que os Estados Unidos pretendem atacá-la.

É surpreendente ver a confiança que muitos americanos colocam na capacidade de suas forças armadas. Após 15 anos, os EUA têm sido incapazes de derrotar alguns Talibãs levemente armados e, depois de 13 anos, a situação no Iraque continua fora de controle. Isso não é muito animador para a perspectiva de enfrentar a Rússia, muito menos a aliança estratégica entre Rússia e China. Os EUA não conseguiram sequer derrotar a China, um país do Terceiro Mundo na época, na Coreia, 60 anos atrás.

Os americanos precisam prestar atenção para o fato de que o “seu” governo é uma coleção de tolos estúpidos enlouquecidos propensos a provocar a vaporização dos Estados Unidos e de toda a Europa.

Os sistemas de armas russos são muito superiores aos americanos. Armas americanas são produzidas por empresas privadas com o fim de obter enorme lucro. A capacidade das armas não é a principal preocupação. Há excesso de custos intermináveis que elevam o preço de armas dos EUA para níveis astronômicos. O caça F-35, que tem menor capacidade que o F-15 que está previsto para substituir, custa entre US $ 148 milhões e US $ 337 milhões por caça, dependendo se é um modelo da Força Aérea, dos Marine Corps, ou de modelo da Marinha. 

Um capacete de um piloto de F-35 custa US $ 400.000, mais que uma Ferrari último tipo. 

Washington força ou suborna a infeliz Dinamarca para a compra do inútil e dispendioso F-35.

É inteiramente possível que o mundo esteja sendo levado à destruição por nada mais que a ganância do complexo industrial militar dos Estados Unidos. Encantados por ter o regime imprudente e estúpido de Obama ressuscitado a Guerra Fria, proporcionando, assim, um "inimigo" mais convincente do que a farsa terrorista, a "ameaça russa" foi restaurada ao seu papel do século XX de fornecer uma justificativa para fazer sangrar até secarem o contribuinte americano, os serviços sociais e a economia dos EUA, em nome dos lucros dos fabricantes de armamentos.

Dessa vez, no entanto, a retórica de Washington que acompanha o reavivamento da Guerra Fria é muito mais imprudente e perigosa que as ações de Washington durante a verdadeira Guerra Fria. Os Presidentes anteriores dos Estados Unidos trabalharam para diminuir as tensões. O regime de Obama insuflou as tensões com mentiras e provocações irresponsáveis, o que torna muito mais provável que a nova Guerra Fria vai se tornar quente. Se Killary ganhar a Casa Branca, é improvável que o mundo vá sobreviver a seu primeiro mandato.

Todas as guerras da América, exceto a primeira (a guerra pela independência), foram guerras pelo Império. Mantenha esse fato em mente quando você ouvir os discursos pomposos e presunçosos no Memorial Day sobre os bravos homens e mulheres que serviram o nosso país nos seus tempos de perigo. Os Estados Unidos nunca estiveram em perigo, mas Washington forneceu perigo para muitos outros países em sua busca de hegemonia sobre os outros.

Hoje, pela primeira vez na sua história, os EUA enfrentam o perigo, como resultado de tentativas de Washington para impor hegemonia sobre Rússia e China.

Rússia e China não estão impressionadas com a arrogância, a soberba e a estupidez de Washington. Além disso, estes dois países não são as planícies dos índios nativos americanos, que foram subjugados pela fome pelo abate dos búfalos pelo Exército da União.

Eles não são a Espanha cansada de 1898, de quem Washington roubou Cuba e as Filipinas e chamou esses assaltos de “libertação”.

Eles não são o pequeno Japão, cujos recursos limitados estavam espalhados sobre a vastidão do Pacífico e da Ásia.

Eles não são a Alemanha, já derrotada pelo Exército Vermelho antes de Washington vir para a guerra.

Eles não são Granada, Panamá, Iraque, Líbia, Somália, ou os vários países da América Latina que o General Smedley Butler afirmava que os fuzileiros navais dos EUA tornaram seguros para “a United Fruit Company” e “alguns bancos de investimento deploráveis.”

Uma população americana displicente preocupada com selfies e delírios de proezas militares, enquanto o seu governo enlouquecido escolhe uma luta com a Rússia e a China, não tem futuro.***



*Dr. Paul Craig Roberts foi Secretário Assistente do Tesouro para Política Econômica e editor associado do Wall Street Journal. Ele era colunista do Business Week, Scripps Howard News Service, e Creators Syndicate. Ele teve muitas nomeações Universitárias. Suas colunas de internet têm atraído público em todo o mundo. Os livros mais recentes de Roberts são O Fracasso do Capitalismo Laissez-Faire e a Dissolução Econômica do Oeste (NT: em inglês, The Failure of Laissez Faire Capitalism and Economic Dissolution of the West), Como a América Foi Perdida (NT: em inglês, How America Was Lost), e A Ameaça Neoconservadora para a Ordem Mundial (NT: em inglês, The Neoconservative Threat to World Order).

Terceira Guerra Mundial - A Água Potável na Mira das Potências

LUTA PELA ÁGUA ESTARÁ NA ORIGEM DA TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

27/05/2016



Em 2015, dados de satélite da NASA revelaram que 21 dos 37 grandes aquíferos do globo estão a passar por stress hídrico, uma crise que, numa era em que há cada vez mais atividades agrícolas e industriais – e mais espalhadas pelo globo – deverá intensificar ainda mais esta crise.

Segundo Rajendra Singh, conhecido como “o homem da água da Índia”, estes aquíferos podem ser revitalizados com a ajuda das comunidades, mas existe um grande ponto de interrogação em relação ao stress hídrico: até que ponto ele estará na origem de uma espécie de Terceira Guerra Mundial?

“Estamos às portas da Terceira Guerra Mundial. E essa terá como ponto de origem a [falta de] água, se não fizermos nada para parar esta crise”, explicou o também fundador da ONG (organização não-governamental) Tarun Bharat Sangh, que lançou uma série de conversas – World Water Peace Talks – para colocar o assunto na ordem do dia.

“Estas são conversas para aumentarmos a notoriedade [do tema] – este ano cobrimos 17 países e em nove deles existiam pessoas deslocadas. Onde o terrorismo está ativo existe, normalmente, escassez de água. Há muitas pessoas, no Médio Oriente e países africanos, que estão indo para a Europa devido à falta de água”, continuou.

Segundo Singh, foram as grandes empresas que criaram o mercado da água. “Elas poluem os nossos rios e depois fazem-nos pagar para beber água. Dizem que apenas com um preço alto de mercado é que conseguimos disciplinar a sua utilização, mas isso não é verdade. Na minha região, há 19 anos que o nosso parlamento criou regras e regulamentos sobre água que todos seguem – e existe água para todos”, afirmou Singh.

“A gestão comunitária e sustentável de água existe há milhares de anos, sem que ninguém pusesse um valor [no recurso]. Por que é que precisamos disso hoje? Porque o sector corporativo está a fazer as regras. A privatização não é a resposta e cobrar mais também não”, concluiu Singh ao Quartz.