O golpe em curso no Brasil ocorre em várias frentes, protegido por uma estrutura legal que fragiliza o Estado e acionado com o apoio direito e indireto de várias instituições. Internamente, os operadores atuam sob cobertura diplomática e de acordos internacionais: via ongs, fundações de aparência beneficente e organizações acadêmicas de atuação ambígua. Contam com a colaboração de gerentes e intermediários em negócios com comando multinacional.
Diretamente, o apoio provém do oligopólio de mídia, que depende de financiamento e publicidade coordenados por hubs politicamente comprometidos e está orquestrado, do ponto de vista editorial, com o congêneres em toda a América Latina, desde o tempo da guerra fria; e de organizações, empresarias ou não, incorporadas aos "centros frouxos" que controlam as finanças globais.
Indiretamente, a sustentação é dada pelas oligarquias formadas com base em antigas estruturas de exportação de produtos primários (e cuja ideologia aparece esporadicamente nos empreendimentos agropecuários modernos); pelas corporações de ofício controladas por grupos enriquecidos (advogados, médicos); e por forças políticas alijadas do poder e que o ambicionam.
A instrumentação compreende dos antigos "institutos de pesquisa" (o Millenium, que reproduz o IPES), modernas unidades ativistas inspiradas formadas por pessoas jovens (oriundas de associações locais de marginais urbanos, academias de fisicultura, formações paramilitares etc.) que reproduzem, pelos métodos,e organização celular e técnicas utilizadas no movimento nazista.
O controle de opinião pública - motor do desenvolvimento de estudos de ponta em comunicação, psicologia .social e sociologia - vem sendo desenvolvido há décadas em instituições universitárias com grandes recursos financeiros e humanos (sobre isso escrevi um livro, há cerca de vinte anos).
Surge agora, com base nas experiências de campo feitas no Oriente Médio e Europa Central desde a implosão a Iugoslávia ("Primavera Árabe", "Operação Laranja", "Euromaidan" etc.), literatura crítica sobre os resultados. É o caso do texto citado.
http://www.academia.edu/9695687/Who_Were_the_Protesters_EuroMaidan_findings_are_based_on_only_multi-day_original_survey_of_the_protesting_population_