Um produto ideológico faz parte de uma realidade (natural ou social ) como todo o corpo físico, instrumento de produção ou produto de consumo; mas, ao contrário destes, ele também reflete e retrata uma realidade, que lhe é exterior. Tudo o que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo o que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia
(Mikhail Bakhtin, Marxismo e Filosofia de Linguagem)
Alguns comentários sobre o meio e a mensagem na internet.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Guerra à Vista - EUA ATRAVESSAM A LINHA VERMELHA


Perigosa encruzilhada: EUA invadem a Síria e ameaçam a Rússia

24.08.2016


Ontem, 2ª-feira, 22 de agosto, o governo dos EUA - que luta para derrubar o governo legal e internacionalmente reconhecido da Síria - anunciou oficialmente que forças militares dos EUA na Síria continuarão a ocupar terra síria, não importa o que diga o governo sírio, e derrubarão quaisquer aviões sírios que sobrevoem forças dos EUA ali.


Como noticiou ontem Al-Masdar News:

O Pentágono anunciou que os EUA estão prontos para abater aviões sírios e russos que o Pentágono entenda que ameaçam conselheiros militares norte-americanos que, nos termos da lei internacional, operam ilegalmente no norte da Síria.

Na 6ª-feira, o porta-voz do Pentágono Capitão Jeff Davis disse que jatos norte-americanos tentaram interceptar aviões sírios para proteger conselheiros norte-americanos que operam (ilegalmente) com forças curdas na Síria, depois que o governo sírio bombardeou áreas de Hasakah, quando a polícia curda iniciou ataque contra a Força de Defesa Nacional.

Na 2ª-feira, outro porta-voz do Pentágono, Peter Cook, disse:

"Continuaremos a avisar o regime sírio para que se mantenha bem longe dessas áreas. Defenderemos nosso pessoal em campo e faremos o que tiver de ser feito para defendê-los" - disse Cook aos jornalistas.

Significa que o governo dos EUA não permitirá que o governo sírio expulse ou elimine por qualquer outro meio as forças dos EUA que operam ilegalmente na Síria. O governo sírio não convidou forças dos EUA para agir em território sírio, mas agora os EUA estão forçando o governo sírio a afirmar a própria soberania sobre as áreas onde estão localizadas tropas dos EUA.

Al-Masdar continuou:

Pressionado para oferecer mais informações sobre a Rússia, Cook deixou bem claro que os EUA atacarão também jatos russos que operam legalmente em território sírio, por convite do governo sírio, com sua aprovação e em ação coordenada com os sírios.

"Se ameaçarem forças dos EUA sempre temos o direito de defender nossas forças" - disse Cook.

Significa que os EUA não só estão em guerra contra o legítimo governo da Síria, mas, também estarão rapidamente em guerra contra forças russas, se a Rússia (cuja ajuda o governo sírio solicitou) ajudar forças sírias que sejam atacadas na Síria por forças dos EUA - que estão ilegalmente em território sírio.

Há ali 300 norte-americanos, dos quais 250 foram mandados para a Síria dia 24 de abril para trabalharem como conselheiros de outras forças militares ilegais que atuavam na Síria.



A vasta maioria das forças militares ilegais na Síria são jihadistas contratados pelos governos saudita e qatari, que receberam armas norte-americanas para derrubar o governo sírio. As demais forças ilegais ativas na Síria são curdos, apoiados pelo governo dos EUA para fracionar o território sírio e criar ali um estado curdo, na porção nordeste do território sírio.

O principal objetivo dos EUA na Síria sempre foi derrubar o governo sírio, do Partido Baath, secular. Muitos árabes insistem na Xaria, ou Lei Islâmica, mas os árabes sírios são exceção. O Partido Baath é sempre foi apoiado pela maioria do povo sírio, inclusive pela maioria dos árabes sírios. Há forte oposição à Xaria, na sociedade síria. A Síria sempre foi a nação mais secular no Oriente Médio.

Por exemplo, quando das primeiras pesquisas patrocinadas pelo ocidente e realizadas na Síria, depois do início, em 2011 da importação de jihadistas para lutar na Síria, aquelas pesquisas mostraram que 55% dos sírios queriam que Bashar al-Assad (atual líder do Partido Baath) permanecesse como presidente da Síria, e "82% consideram acertada a avaliação de que o 'Estado Islâmico é grupo criado pelos EUA e outros países estrangeiros'. Apenas "22% entendiam que o 'Estado Islâmico é influência positiva'", e esse foi o mais baixo grau de aprovação, pelos sírios, a qualquer das afirmativas que lhes foram apresentadas, com exceção dos "21% que afirmaram que 'preferem a vida hoje, do que quando Assad governava em paz'". - Implica dizer que a maioria dos sírios entende que a vida era melhor antes de os jihadistas patrocinados pelos EUA chegarem à Síria para derrubar o presidente Assad.

Evidentemente, se "82% da população entende que o Estado Islâmico é grupo criado fora da Síria", bem poucos sírios apoiam os 300 militares norte-americanos que lá estão. Não apenas os EUA lá estão como invasores, mas (e especialmente os jihadistas que os EUA apoiam na Síria e que são a maior parte das forças invasoras) tornaram a vida muito pior (e desgraçadamente mais curta) para virtualmente todos os sírios.



A mesma pesquisa descobriu que "70% opõe-se à divisão do país". Consequentemente, a maioria ampla dos sírios opõem-se aos separatistas curdos.

Doravante, o governo sírio enfrenta a posição pouco confortável de ter invasores no próprio território, e de já ter sido avisado de que um desses grupos invasores - os EUA - fará guerra total até a completa devastação, se a Síria levantar-se para expulsá-los.

A Rússia também foi ameaçada pelos EUA de que se, como aliada da Síria, tomar qualquer medida para expulsar ou imobilizar os invasores norte-americanos, os EUA também entrarão em guerra contra a Rússia.

O governo dos EUA desafiou o governo russo. Talvez a estratégia seja forçar o presidente Putin ou a recuar, e abandonar o aliado sírio, ou a lançar ataque nuclear contra os EUA. Se Putin recuar perderá pelo menos parte significativa do apoio que tem da população russa (hoje superior a 80% nas mais recentes pesquisas, inclusive nas pesquisas pagas pelo ocidente). Talvez seja essa a estratégia de Obama: tirar Vladimir Putin do poder - o que talvez aconteça, se os EUA conseguirem derrubar Bashar al-Assad.

Como Seymour Hersh noticiou dia 7/1/2016,

"a Agência de Inteligência de Defesa (AID) e o Comando do Estado Maior das Forças Conjuntas dos EUA, então [no verão de 2013] lideradas pelo general General Martin Dempsey, avaliavam que a queda do regime de Assad não era desejável, porque levaria ao caos e, potencialmente, à tomada da Síria por extremistas jihadistas, praticamente o mesmo que então estava acontecendo na Líbia."

Por isso Dempsey saiu e o tenente-general Michael Flynn, diretor da AID entre 2012 e 2014 foi demitido.

"Os relatórios da AID, disse [Flynn], 'sofreram terrível rejeição' do governo Obama. 'Senti como se não quisessem ouvir a verdade'."

Hoje, Flynn é conselheiro para política exterior do candidato dos Republicanos à presidência Donald Trump, que está sendo criticado pela candidata Clinton dos Democratas, considerado 'muito mole' contra a Rússia e insuficientemente empenhado na meta dos EUA, de derrubar Assad.*****

COMENTÁRIO DOS TRADUTORES:

É possível que o chilique belicista do 'Democrata' Obama, que se põe a provocar os russos, tenha a ver, agora, com o temor de que Trump ('mole com os russos') chegue à Casa Branca. Nesse caso, a provocação contra a Rússia pode ser uma nova variante, recém inventada, de "guerra preventiva": EUA inventam nova guerra já, para impedir que, adiante, a nova guerra seja evitada (NTs)].+

[1] Historiador e jornalista investigativo, Eric Zuesse é autor do recentemente lançado They're Not Even Close: The Democratic vs. Republican Economic Records, 1910-2010, e de CHRIST'S VENTRILOQUISTS: The Event that Created Christianity.


23/8/2016, Eric Zuesse,[1] Global Research, Canadá

http://www.globalresearch.ca/dangerous-crossroads-u-s-invades-syria-and-warns-russia/5542083

- See more at: http://port.pravda.ru/russa/24-08-2016/41606-encruzilhada_siria-0/#sthash.Hrg2azHo.dpuf



terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Inteligência Artificial - O Ovo da Serpente da Extinção Humana

Cientistas da IBM criam neurônios artificiais que 'pensam' sozinhos




Em um estudo publicado nesta semana, pesquisadores da IBM revelaram a criação de um conjunto de mais de 500 neurônios artificiais, capazes de interpretar informações e aprender sozinhos. A descoberta deixa a empresa cada vez mais próxima de desenvolver um sistema computacional capaz de se comportar como o cérebro humano.

Os neurônios artificiais da IBM foram criados a partir de chamados materiais de mudança de fase - isto é, substâncias que podem existir em dois estados diferentes (gasoso e líquido, por exemplo) e trocar de um para o outro com facilidade. A combinação usada pelos cientistas é composta por germânio, antimônio e telúrio.

A material, denominado GST, pode alterar sua composição entre os estados cristalino e amorfo - isto é, sólido, mas sem forma definida. Na primeira fase, o GST (usado na membrana do neurônio artificial) funciona como um isolador de energia elétrica. Já na fase amorfa, o material consegue atuar como um condutor de eletricidade.

Desse modo, com uma membrana capaz de conduzir ou isolar eletricidade, o neurônio artificial pode realizar sinapses a base de impulsos de energia - assim como os neurônios no cérebro humano. Outra semelhança é que os neurônios criados pela IBM não trocam dados digitais, como arquivos de computador, mas apenas informações analógicas, como temperatura e movimento, e são tão pequenos quanto neruônios "de verdade".

Aplicando-se uma fonte de calor a essa população de neurônios, as sinapses acontecem quase que naturalmente. É importante destacar, contudo, que a informação trocada entre elas é puramente aleatória, assim como no cérebro humano. Isso acontece devido ao ciclo de transformações do GST, que altera seu estado entre cristalino e amorfo sempre com alguma diferença. Os cientistas nunca sabem quando uma sinapse será realizada ou entre quais neurônios.

O que torna a descoberta ainda mais impactante é sua eficiência: os materiais usados na criação dos neurônios são facilmente encontrados na natureza ou na indústria; cada célula exige muito pouca energia para operar; a quantidade de informação processada é muito grande, enquanto o processamento é rápido; e tudo isso funciona num espaço físico bem reduzido, em vez de ocupar enormes edifícios repletos de servidores, como os data centers modernos.

Embora esses neurônios ainda não estejam prontos para serem usados em robôs como os de filmes de ficção científica, possíveis aplicações já estão sendo estudadas. O "mini cérebro artificial" da IBM poderia, por exemplo, ajudar na detecção de fenômenos naturais, como terremotos e tsunamis, ou até em sistemas de previsão do tempo mais precisos.

Em teoria, nada impede que esses neurônios sejam usados na fabricação de processadores de computador que tornem PCs, aplicativos ou qualquer dispositivo eletrônico bem mais inteligente, nos aproximando da mítica singularidade. O desafio, porém, ainda é desenvolver o código de software capaz de interpretar as informações analógicas de um "cérebro" como esse.

Via Ars Technica


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Pokemon Go - O Cavalo de Tróia Cibernético




Pokemon, o jogo que traz espiões para dentro de casa


By: Sergey Kolyasnikov (@Zergulio)


Pode falar-me do "Pokemon Go"?

Já dei três entrevistas sobre isso, de modo que agora tenho de me aprofundar nas fontes primárias.

Programador do jogo: Niantic Labs. É uma start-up da Google. Os laços da Google com o Big Brother são bem conhecidos, mas irei um pouco mais fundo.



A Niantic foi fundada por John Hanke, o qual fundou a Keyhole, Inc. – um projecto de mapeamento de superfícies cujos direitos foram comprados pela mesma Google e utilizados para criar o Google-Maps, o Google-Earth e o Google Streets.


E agora, atenção, observe as mãos! A Keyhole, Inc. foi patrocinada por uma empresa de capital de risco chamada In-Q-Tel , que é uma fundação oficialmente da CIA estabelecida em 1999.

As aplicações mencionadas acima resolvem desafios importantes:
Actualização do mapeamento da superfície do planeta, incluindo estradas, bases [militares] e assim por diante. Outrora tais mapas eram considerados estratégicos e confidenciais. Os mapas civis continham erros propositais.


Robots nos veículos da Google Streets olhavam tudo por toda a parte, mapeando nossas cidades, carros, caras...

Mas havia um problema. Como espiar dentro dos nossos lares, porões, avenidas com árvores, quartéis, gabinetes do governo e assim por diante?

Como resolver isso? O mesmo estabelecimento, Niantic Labs, divulgou um brinquedo genial que se propagou como um vírus, com a mais recente tecnologia da realidade virtual.

Uma vez descarregada a aplicação e dadas as permissões adequadas (para acessar a câmara, microfone, giroscópio, GPS, dispositivos conectados, incluindo USB, etc) o seu telefone vibra de imediato, informando acerca da presença dos três primeiros pokemons! (Os três primeiros aparecem sempre de imediato e nas proximidades).

O jogo exige que você dispare para todos os lados, atribuindo-lhe prémios pelo êxito e ao mesmo tempo obtendo uma foto da sala onde está localizado, incluindo as coordenadas e o ângulo do telefone.

Parabéns! Acaba de registar imagens do seu apartamento! Preciso explicar mais?

A propósito: ao instalar o jogo você concorda com os termos do mesmo. E não é coisa pouca. A Niantic adverte-o oficialmente: "Nós cooperamos com agências do governo e companhias privadas. Podemos revelar qualquer informação a seu respeito ou dos seus filhos...". Mas quem é que lê isso?

E há o parágrafo 6: "Nosso programa não permite a opção "Do not track" ("Não me espie") do seu navegador". Por outras palavras – eles o espiam e o espiarão.

Assim, além do mapeamento alegre e voluntário de tudo, outras oportunidades divertidas se apresentam.

Por exemplo: se alguém quiser saber o que está a ser feito no edifício, digamos, do Parlamento? Telefones de dúzias de deputados, pessoal da limpeza, jornalistas vibram: "Pikachu está próximo!!!" E cidadãos felizes agarrarão seus smartphones, activarão câmaras, microfones, GPS, giroscópios... circulando no lugar, fitando o écran e enviando o vídeo através de ondas online...

Bingo! O mundo mudou outra vez, o mundo está diferente.

Bem vindo a uma nova era.

Fonte: http://resistir.info/eua/pokemon.html