Um produto ideológico faz parte de uma realidade (natural ou social ) como todo o corpo físico, instrumento de produção ou produto de consumo; mas, ao contrário destes, ele também reflete e retrata uma realidade, que lhe é exterior. Tudo o que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo o que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia
(Mikhail Bakhtin, Marxismo e Filosofia de Linguagem)
Alguns comentários sobre o meio e a mensagem na internet.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Palestina - Um Crime de Guerra Cometido Pela Humanidade




 Por que Israel Mente - 

3 de agosto de 2014

Israel divulga aquele tipo de mentira que deixa qualquer um de queixo caído, a que caracteriza os regimes despóticos e totalitários. Que não deturpa a verdade, inverte. Israel cria sistematicamente uma imagem para o resto do mundo que é diametralmente oposta à realidade. E todos nós, repórteres que cobrimos os territórios ocupados, já tivemos de engolir as narrativas israelenses de Alice no país das maravilhas, que obedientemente inserimos em nossas histórias – obrigatórias, segundo as regras do jornalismo estadunidense – apesar de sabermos que são falsas.

Eu vi meninos pequenos sendo atraídos e assassinados pelos soldados israelenses no campo de refugiados em Khan Yunis, em Gaza. Os soldados xingaram os meninos em árabe pelos alto-falantes do jipe blindado. Os meninos, de 10 anos, jogaram pedras no veículo israelense, e os soldados abriram fogo. Mataram alguns, feriram outros. Eu estava presente mais de uma vez quando as tropas israelenses atraíram e dispararam contra crianças palestinas dessa maneira. Esses incidentes, no léxico israelense, se transformaram em “crianças em meio ao fogo cruzado”.

Eu estava na cidade de Gaza quando caças F-16 lançaram bombas de fragmentação de 460 kg em comunidades superpovoadas. Vi os corpos das vítimas e havia crianças também. Isso se transformou em “ataque cirúrgico a uma fábrica de bombas”.

Eu vi Israel demolir casas e prédios de apartamentos inteiros para criar zonas-tampão maiores entre os palestinos e as tropas israelenses que sitiam Gaza. Eu entrevistei as famílias sem-teto, algumas acampadas em abrigos precários no meio das ruínas. Essa destruição se transformou em “demolição de casas de terroristas”.

Eu estive em escolas destruídas – Israel bombardeou duas escolas da ONU nos últimos 6 dias, matando pelo menos 10 pessoas em uma, em Rafah no domingo, e pelo menos 19 em outra, no campo de refugiados em Jebaliya na quarta-feira, além de clínicas médicas e mesquitas. Eu ouvi Israel afirmar que foguetes ou morteiros dos palestinos provocaram essas e outras mortes, ou que os locais bombardeados estavam sendo usados como depósitos de armamentos e como áreas de disparos.

Eu e todos os outros repórteres que conheço que trabalham em Gaza jamais vimos qualquer prova de que o Hamas usa civis como “escudos humanos”.

trecho de Why Israel lies [Por que Israel mente], de Chris Hedges 



Bombardeio Aéreo de Israel em Rafah sobre populações civis 


Nenhum comentário:

Postar um comentário